Dando continuidade à série de artigos iniciada no primeiro semestre, no texto de hoje, também escrito pelo convidado Marco Verdile, serão abordadas mais 4 dicas avançadas sobre como investir em ações, encerrando o texto com as considerações finais.
Confiram!
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7. Atenção aos Dividendos
Ao aprofundar meus conhecimentos e experiências como investidor, aprendi que atentar para as empresas que pagam dividendos consistentes é um movimento inteligente. Esses pagamentos regulares não são apenas uma fonte adicional de renda; eles também sinalizam a robustez financeira de uma empresa. Porém, descobri que é crucial ir além da superfície e explorar se a companhia está engajada em recomprar suas próprias ações. Este ato, muitas vezes não mencionado, atua como um “dividendo invisível”, impulsionando o valor das ações ao reduzir a oferta disponível no mercado, algo que aprendi a valorizar tanto quanto os dividendos tradicionais.
8. Governança Corporativa
Investir em empresas com uma forte governança corporativa transformou-se naquilo que me esmero mais, da minha estratégia. Aprendi da maneira mais dura que negligenciar a qualidade da gestão pode não apenas diminuir o valor da empresa, mas também levar a perdas devastadoras. Comecei a dedicar tempo para conhecer quem está no comando das empresas nas quais invisto, explorando os antecedentes e a visão dos CEOs, pois percebi que esses elementos são frequentemente os verdadeiros motores por trás do valor de uma empresa no mercado. Quem são os CEOs das empresas que você investe? Qual o Background deles? Quais são os planos e crenças? Isso tende a fazer mais preço que qualquer outra coisa.
9. Estratégias de Valor vs. Crescimento
Ao longo da minha trajetória como investidor, mergulhei fundo na discussão que parece dividir o mundo dos investimentos: devo focar em ações de valor ou de crescimento? Essa reflexão não é apenas teórica; ela moldou de forma significativa as estratégias que emprego ao construir e ajustar meu portfólio de investimentos.
A estratégia de valor sempre me atraiu por sua lógica intuitiva e fundamentada. Investir em ações de valor significa buscar empresas que pareçam subavaliadas pelo mercado, mas que possuem fundamentos sólidos e um potencial não reconhecido. Isso se alinha com a minha preferência por investimentos mais seguros e estáveis, que prometem crescimento sustentável a longo prazo. Observar o menor nível de volatilidade desses investimentos, como sugerem as estatísticas, reforça minha confiança de que estou no caminho certo durante períodos de turbulência no mercado.
Por outro lado, o apelo das empresas de crescimento é inegável. Essas são as empresas que estão na vanguarda da inovação, muitas vezes redefinindo as indústrias em que atuam e crescendo a taxas impressionantes. O potencial de retorno sobre o investimento é alto, o que pode ser tremendamente atraente. No entanto, com grandes recompensas vêm grandes riscos. As ações de crescimento podem ser mais voláteis e suscetíveis a correções de mercado.
Minha abordagem evoluiu para uma estratégia híbrida que tenta capturar o melhor dos dois mundos. Dependendo do clima do mercado e dos meus próprios objetivos de investimento, posso ajustar o equilíbrio entre valor e crescimento. Em momentos de otimismo econômico, posso me inclinar um pouco mais para as ações de crescimento, aproveitando o ímpeto ascendente. Em contrapartida, em períodos de incerteza, tendo a me refugiar na estabilidade das ações de valor.
Além disso, percebi que a distinção entre valor e crescimento não é sempre preto no branco. Muitas empresas podem oferecer características de ambos, dependendo da perspectiva de análise. Por exemplo, uma empresa considerada de crescimento por seu potencial de expansão pode também ser vista como uma ação de valor se suas ações estiverem sendo negociadas abaixo do que os fundamentos sugeririam.
Esta abordagem flexível e dinâmica tem me permitido não apenas sobreviver, mas prosperar em diversos ambientes de mercado. Entendi que, no final das contas, investir é uma jornada pessoal, e o sucesso vem de conhecer profundamente suas próprias tolerâncias ao risco, objetivos financeiros e, claro, o mercado em si. A chave, aprendi, é manter-se informado, adaptável e sempre aberto a aprender e ajustar as estratégias conforme necessário. Afinal, o mercado está em constante evolução, e um investidor bem-sucedido é aquele que evolui com ele.
10. Educação Contínua
Por último, se tem uma verdade que assimilei é que o mercado financeiro nunca fica estático. A educação contínua emergiu como a chave para manter-se relevante e eficaz como investidor. Estou constantemente em busca de novos conhecimentos, seja por meio de cursos, livros ou conversas com outros investidores. Esse compromisso com o aprendizado contínuo não apenas me ajuda a aprimorar minhas estratégias de investimento, mas também me permite navegar com mais confiança nas águas muitas vezes turbulentas do mercado de ações.
Conclusão
Investir em ações pode ser uma jornada empolgante e gratificante. Seguindo as dicas avançadas que compartilhei, você estará mais bem preparado para navegar pelos desafios do mercado e maximizar seus retornos no longo prazo.
Lembre-se:
- O mercado de ações é complexo e envolve riscos.
- Diversificação e proteção são essenciais para o sucesso.
- A educação contínua é a chave para se manter atualizado e tomar decisões inteligentes.
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Redação: Marco Verdile
Verdile é Assessor de investimentos pela XP Investimentos, Especialista em renda variável, Economista pela PUC-SP e Matemático pela USP, pós graduado em Financal Analysis por Harvard.
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