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BB rebaixando a LCI a 70% do CDI comprova: nem toda renda fixa vale a pena. E um comentário sobre a Bolsa de Valores…

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Com a taxa básica de juros em estratosféricos 14,25% a.a., não há dúvidas de que os investimentos em renda fixa estão atraindo a atenção dos investidores de todos os quadrantes, mesmo que os juros reais, ou seja, os juros acima da inflação, sejam de pouco mais de 4% a.a.

Nesse contexto, ganham destaque, na agenda e no bolso do investidor, as aplicações pós-fixadas ao DI/SELIC, isto é, que acompanham a variação da taxa básica de juros, tais como: o Tesouro SELIC do Tesouro Direto, fundos referenciados DI, CDBs pós fixados ao DI, RDBs pós-fixadosLetras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs).

Porém, vale destacar que nem todo investimento pós-fixado é digno de atenção (e principalmente do dinheiro) do investidor. No caso dos títulos privados, deve-se prestar bastante atenção no percentual do CDI que está sendo pago pela instituição financeira: quanto menor esse percentual, pior será o investimento, ainda que esse investimento esteja isento de imposto de renda.

É o caso da Letra de Crédito Imobiliário (LCI) do Banco do Brasil (não confundir com a LCA!).

Até há alguns dias, ela estava pagando 80% do CDI. Como o BB tinha resolvido rebaixar a remuneração da LCA também para 80% do CDI, conforme anunciamos mês passado, o leitor Renato C havia dado a dica, em comentário escrito no dia 13.01.2016:

“Uma informação: A LCI do BB continua oferecendo 80% do CDI.

Assim, para quem não tem acesso à LCA (só clientes perfil A e B têm acesso à mesma), a LCI fica agora como uma opção em que o cliente não perde nada em relação à LCA”.

Pois não é que, duas semanas depois, o Banco do Brasil resolveu diminuir drasticamente o percentual do CDI da LCI?

O mesmo Renato C nos alertou:

“Atualização de 26/01, Guilherme: A LCI do BB baixou de 80% do CDI para 70% do CDI. Acabou-se o que era doce!”

Essa informação acabou sendo confirmada por dezenas de leitores logo em seguida.

É evidente que toda essa operação de “desmonte” das letras de crédito, praticada pelo Banco do Brasil, tem como objetivo principal desestimular o investidor a aplicar em títulos isentos de imposto de renda, uma vez que tais títulos não trazem ganhos para o governo federal, que deixa de arrecadar milhões de reais em impostos sobre aplicações financeiras.

Portanto, se você ainda pensa em aplicar em títulos privados isentos de imposto de renda, o único caminho que resta é assumir maior risco, abrir mão da liquidez e (quase sempre) ter um volume de aporte maior, já que os mais altos percentuais do CDI, tanto para as LCAs, quanto para as LCIs (e para os CDBs também), se encontram nos bancos de médio e pequeno porte. Nesse sentido, o site Jurus, do qual já falamos anteriormente, pode te auxiliar a buscar as melhores opções.

Uma estratégia para distribuir os investimentos em renda fixa: a tática do leitor José

Como (a) os investimentos em renda fixa estão em alta; (b) vivemos em um momento de crise (onde é necessário preservar capital para garantir proteção contra eventuais emergências); e (c) os produtos oferecidos pelo mercado apresentam diferentes graus (ou níveis) de risco, liquidez e principalmente rentabilidade, o momento é bastante oportuno para diversificar os investimentos nessa classe de ativos.

Isso permitirá não só ter o investimento adequado para cada tipo de situação (por exemplo, a reserva de emergência requer um investimento altamente líquido), mas também extrair o máximo proveito da rentabilidade oferecida por determinados produtos financeiros, alongando o prazo de vencimento a fim de que a taxa de juros pactuada se prolongue no tempo.

Como eu gosto das dicas que os leitores fornecem na caixa de comentários, deixo registrado aqui a estratégia utilizada pelo leitor José, que vai ao encontro daquilo que eu disse acima:

“O meu sistema é assim:

Dinheiro que poderá ser necessário em menos de 30 dias: poupança. Motivo: saque do Tesouro Selic em menos de 30 dias tem IOF.

Dinheiro que poderá ser necessário entre 31 a 90 dias: Tesouro Selic.

Dinheiro que poderá ser necessário entre 91 e 360 dias: LCI.

Dinheiro que poderá ser necessário, mas só daqui a mais de 1 ano: Tesouro Selic.

Motivo das duas últimas linhas: a alíquota regressiva do IR”.

Vejam que ele distribui o dinheiro da renda fixa em três diferentes níveis de alocação, tendo como principal critério a necessidade de uso do dinheiro.

Para necessidades de curtíssimo prazo (até 30 dias), ele saca o dinheiro justamente da aplicação mais líquida, que rende menos, e a que não paga imposto, que é a caderneta de poupança. Para o uso que pode ocorrer no curto prazo (de 31 a 90 dias), ele prioriza o Tesouro SELIC, onde pode resgatar diariamente o dinheiro (e que também rende mais que a poupança). Para o dinheiro que pode ser necessário entre 91 a 360 dias, ou seja, já num horizonte de necessidade de médio prazo, ele deixa o dinheiro aplicado exatamente no investimento que rende mais, que é a Letra de Crédito. E, para o dinheiro cujo uso somente será necessário a partir de um ano, ele deixa no Tesouro SELIC, já que a alíquota do imposto de renda menor permite um ganho financeiro maior.

Colocar o dinheiro em diferentes aplicações dentro da mesma classe de ativos (renda fixa) é uma ideia que também já abordei quando discorri sobre a possibilidade de construir uma reserva de emergência em diferentes camadas:

“O Tesouro SELIC não é perfeito, e isso é perceptível não só pelo fato de ele pagar imposto de renda, mas também pelo fato de o resgate dos recursos não ocorrer no mesmo dia da solicitação, exigindo normalmente um dia útil de espera para que os recursos sejam depositados em conta-corrente.

Para isso, é oportuno utilizar a técnica de construção do colchão de segurança em, pelo menos, duas “camadas”. A primeira camada é formada por aquele investimento que pode ser resgatado no exato instante da solicitação, como a poupança, alguns CDBs e fundos referenciados DI, apenas para assegurar uma quantia que precisa ser disponibilizada no mesmo dia da “chamada”; e uma segunda camada no Tesouro SELIC, ou em qualquer outro investimento, que tenha um retorno líquido maior.”

A tendência de baixa na Bolsa

Eu sei que o momento é todo da renda fixa, que tende novamente a reinar nas aplicações financeiras nesse ano.

Mas não posso deixar de abordar um assunto que também é bastante pertinente nessa temática dos investimentos, ainda mais nesses tempos de Bolsa na faixa dos trinta e pouco pontos, e dólar acima de R$ 4: o quarto ciclo histórico de baixa que estamos vivendo, “empatando”, digamos assim, com os 4 ciclos de alta da Bolsa. Vejam no gráfico histórico abaixo, que mostra o valor da Bolsa de Valores em dólares ao longo dos últimos 50 anos:

Poster IBOV

Créditos da imagem: Enfoque

Clique na imagem, que é apenas uma screenshot, para ir direto ao pôster interativo

Esse pôster já foi objeto de um artigo escrito há 6 anos, em maio de 2010. Olha só o que escrevemos na ocasião:

Verifica-se, também, a existência de 4 tendências de alta, e 3 tendências de baixa, todas intercaladas, ou seja, uma tendência de alta era sucedida por uma tendência de baixa. O problema: a última tendência focalizada pelo quadro foi uma tendência de alta, de outubro de 2002 até maio de 2008, que totalizou uma valorização de impressionantes 2.051% para o Índice (indexado ao dólar, repita-se). A pergunta é: será que estamos começando a viver uma nova tendência de baixa? Ou ainda estamos numa maré de alta?

Já temos a resposta, não é verdade?

Mal sabíamos nós que estávamos prestes a iniciar um forte ciclo de baixa, o quarto da série histórica, que ainda não terminou, e que parece (veja bem, parece) estar atingindo o seu fundo do poço.

Como todo ciclo de baixa é sucedido por um ciclo de alta, o próximo ciclo, ao que tudo indica, será de alta, mas quando isso ocorrerá, ninguém sabe.

Conclusão

Fecho esse artigo com as mesmas conclusões que escrevi há mais de meia década:

“Para o investidor de longo prazo, com uma eficiente estratégia de alocação de ativos, o importante mesmo é saber que, décadas a frente, é muito provável a Bolsa apresentar rentabilidade superior. Além disso, as oscilações negativas são devem ser vistas como oportunidades para comprar mais ações, a preços menores, de forma gradual e com paciência” (sem destaque no original).

E haja paciência, hein!? Uma virtude que somente sabemos que existe se formos realmente testados

Além disso, e complementando o que eu disse na ocasião sobre as ações, saber escolher os ativos de renda fixa é também peça fundamental para ter uma carteira de investimentos que dê boa rentabilidade com controle do risco. Afinal de contas, não se pode deixar de tirar proveito de uma taxa SELIC tão alta, e de taxas no Tesouro IPCA historicamente tão atrativas.

O post BB rebaixando a LCI a 70% do CDI comprova: nem toda renda fixa vale a pena. E um comentário sobre a Bolsa de Valores… apareceu primeiro em Valores Reais.


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