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De tempos em tempos, dê descanso à sua mente

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De tempos em tempos, dê descanso à sua mente

Desaprendemos a nos desconectar.

Não conseguimos nos desligar, de forma deliberada e intencional, das coisas que acontecem ao nosso redor.

Quer ver um exemplo disso? Quando uma empresa aérea anuncia Internet a bordo de suas aeronaves durante todo o voo, a quase totalidade dos comentários é positiva: “que bom, agora vai acabar a agonia de ficar desconectado”.

Estamos vivendo numa sociedade onde desligar virou sinônimo de problema. Experimente receber uma mensagem qualquer, de email, Whats ou Messenger, e ficar 1 minuto, 1 hora ou 1 dia sem responder: algumas pessoas, passados 5 minutos sem resposta, vão enviar uma nova mensagem perguntando o motivo de você ainda não ter respondido.

O problema é mais sério ainda com crianças e adolescentes: Jean Twenge relata, em seu excelente livro iGen: Por que as crianças de hoje estão crescendo menos rebeldes, mais tolerantes, menos felizes e completamente despreparadas para vida adulta, que, de forma assustadora, muitos jovens dormem com seus celulares debaixo do travesseiro. Quando eles acordam no meio da noite para ir ao banheiro, aproveitam para olharem seus celulares e verem as últimas atualizações de suas redes sociais. Isso é assustador.

O que nossas mentes mais precisam, nos dias atuais, é readquirir a capacidade de descansar durante o dia. Daí o título do post de hoje: de tempos em tempos, dê descanso à sua mente. E como fazer isso?

Estabelece intervalos em suas rotinas diárias, semanais, mensais e anuais, para se desligar e se desconectar da concentração mental que lhe é exigida em atividades cognitivas que demandam atenção sustentada e foco. Aprenda a descansar a sua mente.

Por exemplo, a cada 30 minutos de atividade cognitiva intensa, reserva 5 minutos para sair da cadeira, tomar uma água, ir ao banheiro, variar o ambiente, se movimentar fisicamente, e olhar para o horizonte, através das janelas.

A cada dia de trabalho, reserve de 20 a 30 minutos para uma prática de exercícios físicos, mas sem ficar ouvindo podcasts. Vá mais fundo no propósito de descansar a mente, e experimente fazer esportes sem mesmo ouvir música. Desfoque sua atenção cognitiva. Ela precisa de descanso, inclusive… nos momentos de descanso físico!

A cada semana, reserve um ou dois dias para deliberadamente fugir das rotinas cognitivas formais, para tirar sua mente da atenção concentrada.

Vai viajar de carro? Não fique ouvindo (novamente!) podcasts e outras coisas que exigem sua atenção deliberada. Vai viajar de avião? Não ligue seu aparelho eletrônico procurando pelo sinal de WiFi. Carregue papel, caneta e um bom livro que faça sua mente procurar por outras coisas, menos mais conectividade e interações digitais. No máximo, faça sua mente interagir com sua própria mente. Ou com outras pessoas. Uma boa conversa ao vivo também é uma forma de recuperar a paz da mente.

Como eu disse num post publicado em maio desse ano, na nossa sociedade atual, a maioria das pessoas perdeu a capacidade de ficar entediada. Ninguém quer ficar com tédio. Num restaurante, a primeira coisa que muitas pessoas pergunta não é pelo menu, mas sim pela senha do WiFi. Bizarro.

Mais bizarro ainda é saber – e ver com os próprios olhos – que, quando você vai a um restaurante, a coisa mais comum é ver todos ao redor de uma mesa dialogando, não entre si, mas com seus aparelhos eletrônicos. Cada um com o seu.

A coisa tá estranha. A primeira coisa que muitas pessoas fazem ao acordar não é ir ao banheiro, mas sim ligar o celular. E a última coisa que muitas pessoas fazem ao terminar o dia é ficar com o celular ligado até pegarem no sono.

Dê descanso à sua mente. Mas de forma deliberada e intencional. Quer dicas? Então vamos lá.

Quando for tomar o café da manhã, seja sozinho, seja com outras pessoas, aprecie o momento de tomar o café. O mesmo vale para as demais refeições, seja em casa, seja em restaurantes, seja ainda em hotéis.

Se tiver pegando um táxi, Uber, ônibus ou qualquer outro meio de transporte, aproveite para apreciar a paisagem ou deixar sua mente divagar.

No trabalho, faça pausas regulares onde você possa dar paz ao seu cérebro. Ele já fica suficientemente sobrecarregado durante tarefas cognitivas pesadas e complexas que exigem alto poder de processamento mental. Não o deixe esgotar suas capacidades adicionando ainda mais informações quando for descansar. Os olhos – a saúde visual – precisa de tudo para descansar a vista (e a menta), tudo menos… mais telas eletrônicas durante as pausas.

Em casa, haja de forma deliberadamente proposital (sim, é uma redundância), decidindo dar um respiro à sua mente, dentro dos intervalos acima mencionados: diário, semanal, mensal e anual.

Conclusão

Escolha o seu próprio ritmo de exposição ao acúmulo de informações. Como já diziam Schwartz e Loher, em frase tantas vezes já mencionada antes no blog, excesso de informação gera pobreza de atenção.

A mente, assim como muitos dos demais elementos da natureza, funciona em ciclos: ciclos de atenção e ciclos de divagação, ciclos de atividade e ciclos de inatividade.

A sociedade atual parece operar num ritmo de atividade contínua, mas você não precisa seguir esse fluxo artificial de perene conexão, que só gera distúrbios mentais e estresse negativo em seus sistemas nervosos.

Aprenda a, de tempos em tempos, dar um bom descanso à sua mente. Ao fazer isso, você melhorará a qualidade de sua atenção, e também operará num ritmo muito mais saudável e cognitivamente adequado. 😉

O post De tempos em tempos, dê descanso à sua mente apareceu primeiro em Valores Reais.


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